Porque as mudanças climáticas devem ser pauta nas ações de Recursos Humanos das empresas?

Sim, e isso se deve ao fato de estarmos percebendo a cada dia mais os efeitos devastadores do não cuidado, que já deveria ter sido começado no passado, no nosso planeta como inundações frequentes, furacões mais fortes, tsunamis, ondas de calor e períodos de estiagem causando assim, inclusive, incêndios de grandes proporções pondo em risco das pessoas e das cidades.

Sem também contar que com o aumento da temperatura global e consequentemente das chuvas, aumentamos também o número de pessoas infectadas com doenças transmitidas através de mosquitos, como a dengue, zika, chikungunya e febre amarela transmitidas pelo mosquito aedes aegypti e a malária, transmitida pelo anopheles.

Segundo o Global Risk Report, 2024, os eventos climáticos extremos estão, isoladamente, em segundo lugar no ranking de preocupações a curto prazo com o planeta e no primeiro lugar na preocupação a longo prazo seguido por mudanças críticas do globo, biodiversidade, colapso do ecossistema e diminuição dos recursos naturais.

Mesmo com o crescimento do problema e toda a discussão gerada a respeito, percebe-se que não há mudanças comportamentais efetivas e significativas para que esse cenário mude. Muito se deve ao negacionismo de uma significativa parcela da população quanto à veracidade do aquecimento do planeta e até na crença da ordem natural do planeta. Felizmente esse número vem decaindo ao longo do tempo, devido ao acesso à informação das pessoas no geral, mas ainda assim representam mais da maioria das pessoas consultadas.

Nesse contexto social, precisamos analisar o reflexo desse tipo de comportamento para dentro das empresas, que por sua vez, na agenda ESG, onde ela se compromete em colocar os critérios de Sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa (Environmental, Social and Governance) em prática.

Diante deste dilema, se faz necessário pensar em uma nova habilidade que já faz parte das equipes de Recursos Humanos da maioria das grandes empresas, a Habilidade Verde, ou também as Green Skills, onde os conhecimentos técnicos e práticos sobre sustentabilidade são quesitos prioritários desde o momento da contratação de novos profissionais até escopo para treinamento de colaboradores e desenvolvimento de equipes.

Muitas vezes os próprios profissionais de RH desconhecem tais conceitos e sequer pensam em técnicas de seleção de pessoas envolvendo a identificação dessas habilidades.

Surge então a necessidade de adaptação de testes específicos de cada área, aplicação de dinâmicas de grupo e roteiros de entrevistas de emprego, trazendo a abordagem verde para este contexto.

Conforme o Global Green Skills Report 2022, uma pesquisa sobre as habilidades verdes realizadas pelo Linkedin, as habilidades verdes mais desejadas pelo mercado de trabalho empregador são: sustentabilidade; remediação ambiental; segurança e saúde ocupacional; clima; energia renovável; consciência ambiental; meio ambiente, saúde e segurança; energia solar; responsabilidade social corporativa e reciclagem.

A projeção é de que no longo prazo a contratação de pessoas com base nas habilidades verdes poderá aumentar significativamente o valor da marca empregadora, porque o valor da marca consumidora já será há bastante tempo.


Fontes:
World Economic Forum. The Global Risks Report, 2024. 19th edition. Disponível em: <https://reliefweb.int/report/world/global-risks-report-2024-19th-edition-insight-report?gad_source=1&gclid=CjwKCAiAi6uvBhADEiwAWiyRdoqIw7GhZdzDppVsaIxLLvgUkyCiKSUsNwSN4uI_q29AKs3K4XQsgRoCaVYQAvD_BwE>. Acesso em 07 de março de 2024;
LinkedIn Economic Graph. Global Green Skills Report 2022. Disponível em:<https://economicgraph.linkedin.com/content/dam/me/economicgraph/en-us/global-green-skills-report/global-green-skills-report-pdf/li-green-economy-report-2022.pdf>. Acesso em 07 de março de 2024.