Segunda Conferência das Partes (COP2)
A COP2, realizada em Genebra, Suíça, de 8 a 19 de julho de 1996, foi um marco nas negociações climáticas internacionais no contexto da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Este encontro consolidou a influência da ciência no direcionamento das políticas climáticas globais e deu continuidade às discussões iniciadas na COP1, em Berlim.
Principais Destaques da COP2:
1. Reconhecimento do Segundo Relatório do IPCC
A COP2 endossou as conclusões do Segundo Relatório de Avaliação do IPCC (1995), que apontavam claramente uma "influência humana discernível no clima global". Este reconhecimento reforçou a necessidade de ações concretas para combater as mudanças climáticas e deu maior legitimidade científica às negociações internacionais.
2. Rejeição de Abordagens Uniformes
A conferência decidiu não adotar políticas climáticas padronizadas e harmonizadas para todos os países. Em vez disso, optou por estratégias flexíveis, reconhecendo que as circunstâncias e capacidades variam entre os países, especialmente entre os desenvolvidos e os em desenvolvimento.
3. Discussão de Metas Vinculativas
Foi enfatizada a necessidade de metas juridicamente obrigatórias para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Esta discussão abriu caminho para negociações mais ambiciosas, culminando no Protocolo de Quioto (1997), que estabeleceu metas claras para os países desenvolvidos.
4. Aprofundamento da Cooperação Internacional
A COP2 destacou a importância de mecanismos de cooperação, como a transferência de tecnologia e recursos financeiros, para apoiar os países em desenvolvimento no enfrentamento dos desafios climáticos. Este ponto tornou-se central nas negociações subsequentes.
Impacto Histórico
A COP2 representou um avanço significativo em relação à COP1, ao priorizar a ciência como base para decisões políticas. Além disso, reforçou a importância de compromissos diferenciados entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, considerando as suas responsabilidades históricas e capacidades.
O evento também foi crucial para manter o ímpeto político em direção a um acordo global mais robusto, que resultaria no Protocolo de Quioto, adotado dois anos depois.
Legado da COP2
Fortalecimento da Base Científica: As decisões tomadas reforçaram o papel do IPCC como a principal referência científica para o tema das mudanças climáticas.
Preparação para o Protocolo de Quioto: As discussões sobre metas obrigatórias de redução de emissões foram essenciais para viabilizar as negociações em 1997.
Promoção da Flexibilidade nas Políticas: A abordagem flexível permitiu que os países adotassem soluções adequadas às suas realidades, incentivando maior participação no processo.
Fontes:
123ecos. 2024. COP 2 – Importância, decisões, evolução e participação do Brasil. Disponível em: https://123ecos.com.br/docs/cop-2/?utm Acesso em 27 dez 2024.